NOTA DE REPUDIO FENAMP E ANSEMP
Não somos parasitas, Ministro. Exigimos respeito!
A Associação Nacional dos Servidores de Ministérios Públicos (Ansemp) e a Federação Nacional de Servidores de Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp) repudiam veementemente a declaração inaceitável do Ministro da Economia, Paulo Guedes, na tarde desta sexta-feira, dia 07/02.
Convidado a palestrar em evento fechado para políticos e agentes de mercado, na FGV-Rio, o Ministro comparou os servidores públicos a parasitas do Estado brasileiro, sob aplausos dos presentes. Com a infeliz afirmação o Ministro ofende, de uma única vez, milhares de servidores públicos do país que são responsáveis pelos diversos serviços públicos oferecidos à população brasileira.
Ao justificar sua fala, o ministro mente ao afirmar que há, anualmente, reajuste automático da remuneração do funcionalismo público do país, desconhecendo a realidade de diversas categorias que estão amargando perdas salariais ano após ano, quando não estão recebendo sua remuneração básica em atraso ou com parcelamento. Estamos falando aqui não apenas de servidores dos Ministérios Públicos do país, mas de professores, médicos, policiais, bombeiros, enfermeiros e diversas categorias vitais à prestação de serviço público nos Estados e Municípios.
A recente crise do INSS, que teve seu quadro de servidores sucateado por falta de reposição de servidores aposentados, gerando imensas filas para a concessão de aposentadorias e benefícios aos segurados, deveria servir como lição: não há serviço público sem servidor público! A insistência do governo em negar esta lógica é claro sinal de que o objetivo central é demonizar o servidor público e, com isso, diminuir a qualidade da prestação dos serviços públicos oferecidos à população, jogando a própria população contra o Estado e a coisa pública, num ciclo que termina com o avanço das privatizações sobre papel do social do Estado.
Chega a ser contraditória a fala do Ministro, no mesmo evento, em que diz que reduzindo os gastos com os servidores públicos do país poderá gerar economia de recursos para oferecer serviços de segurança, educação e saúde à população, como se os protagonistas de tais serviços sociais fossem profissionais outros que não os próprios servidores públicos que há pouco havia chamado de parasitas!
Não somos parasitas, Ministro. Exigimos respeito! Somos trabalhadores públicos, e lutamos no dia a dia para oferecer um serviço de qualidade à população, muitas vezes enfrentando estruturas sucateadas e falta de pessoal!
Os verdadeiros parasitas são os que, oriundos da lógica amoral e excludente do mercado financeiro, desmancham serviços essenciais à população, e depois voltam à iniciativa privada com salários milionários, pagos pelas mesmas empresas que se beneficiaram com o desmonte colocado em prática enquanto gestor público.